Sustentabilidade no design: o que vem por aí no Brasil e no mundo

Mesa de jantar Uranus com tampo de duas tábuas de madeira de choupo e resina transparente - foto 1

Desde a fundação da Firma Casa, em 1994, Sonia Diniz Bernardini corre o mundo com o olhar voltado ao universo do design contemporâneo e às novas tendências. Por isso, ela é capaz de captar quando algo novo está brotando. Nos últimos tempos, ela tem percebido que a questão da sustentabilidade no design é forte e não tem volta.

“O design tem uma característica do industrial, de pensar tudo de uma maneira prática, consequentemente, é fundamental pensar também em sustentabilidade”, aponta Sonia Diniz Bernardini, fundadora da Firma Casa, que observa grandes inovações sob o prisma da preservação do planeta.

De acordo com a empresária, no universo do design de interiores, muitos consumidores ainda não atentam à questão da sustentabilidade, mas o cenário deve mudar rapidamente.

 “Sinto que as pessoas começam a prestar atenção, não tratam mais como modismo ou algo passageiro. Nós falamos sobre conceitos sustentáveis e os clientes nos escutam”, revela Sonia.

O movimento das cidades-esponja

Você já ouviu falar em cidades-esponja? Trata-se do conceito urbanístico em que uma cidade é planejada para integrar a gestão inteligente da água como parte da sua estrutura.

Uma cidade-esponja tende a trocar pavimentos de concreto por zonas úmidas, telhados verdes e jardins de chuva, o que permite a absorção da chuva para que volte à terra em seu ciclo natural, além de ser reutilizada pela própria cidade.

A tragédia ambiental enfrentada pelo Rio Grande do Sul em maio de 2024 demonstra como o conceito de cidades-esponja é atual e urgente. Nova York é um exemplo de metrópole que tem investido na reversão da impermeabilidade do solo.

Firma Casa na rota da sustentabilidade

A cidade de São Paulo, onde a Firma Casa está localizada, possui uma legislação que fomenta a permeabilidade do solo, mas ela não tem sido suficiente. A falta de planejamento pode ter um custo alto em médio e longo prazo.

A loja da Firma Casa possui um piso absorvente desde 2011. Ele é feito de um material holandês usado em diques para segurar a água. Além disso, a construção possui uma cisterna que capta água da chuva e é usada para limpeza e rega das plantas do jardim.

A volta ao natural

Uma das tendências observadas por Sonia Diniz Bernardini em recentes viagens à Europa é a volta a materiais naturais.

“As pessoas estão mais ligadas à questão da sustentabilidade, com isso se cria um clima mais voltado a tudo que é natural. Matérias-primas orgânicas, como pedras e madeira aparecem com cada vez mais destaque em móveis”.

Há também um movimento de uso de acrílicos coloridos. Embora não seja um material natural, já existem resinas vegetais, além da resina reciclada.

“Em minha viagem mais recente, vi mesinhas de resina com acrílicos coloridos”, destaca Sonia. A exemplo da resina mais sustentável, existem borrachas sintéticas com menor impacto ambiental do que a borracha tradicional.

“A indústria tem pensado mais nisso. Vejo mais empresas aproveitando bem o material reciclável e as sobras da produção. Os materiais provenientes do petróleo também geram uma pegada ambiental mais leve”, aponta Sonia.

A fundadora da Firma Casa enxerga com bons olhos o que se avizinha para os próximos anos.

“As novas gerações estão mais conscientes, vejo novas ideias florescendo”, completa.